segunda-feira, 15 de setembro de 2008

:: Publicidade da Obra do Espírito? E, Acaso Precisa? ::


"Dou graças ao meu Deus... porque em todo o mundo é anunciada a vossa fé." (Rm 1:8) Eles não tinham telégrafos e telefones; eles não tinham rádio e televisão (nem internet), nem agências de imprensa, nem agentes publicitários, e, todavia, a notícia se espalhara daquela maneira por todo o Império Romano. Que lição para a publicidade da obra da Igreja! Como terá acontecido? Vocês podem imaginar? Por que se falou disso no mundo inteiro? Como se soube? Meus caros amigos, a resposta é muito simples. Um avivamento jamais requer publicidade; ele se divulga por si. Não é preciso fazer propaganda da obra do Espírito Santo; ela é a sua própria propaganda. Leiam a história da Igreja. Quando irrompe um avivamento num pequeno grupo, não importa quão pequeno seja, a notícia espalha-se, a curiosidade é despertada, e as pessoas vêm e dizem: "Que é isso? Podemos participar? Como podemos obter isso?" O homem não precisa fazer propaganda; o fato torna-se conhecido; propaga-se pelo mundo todo. Foi o que aconteceu ali. Isso é avivamento! Isso é Pentecoste! Isso é obra realizada pelo Espírito Santo; e a notícia se espalhara como um incêndio incontrolável naquele mundo antigo com seus pobres meios de comunicação e desprovido de recursos publicitários.

Amados irmãos em Cristo, se eu e vocês tão-somente funcionássemos como cristãos da maneira que devíamos, sem dúvida, entre outras coisas, grandes somas de dinheiro da Igreja seriam poupadas. É porque eu e vocês não estamos divulgando a fé cristã como devíamos, que a Igreja tem que estabelecer secretarias de imprensa, montar departamentos de publicidade e fazer propaganda. No princípio, no século primeiro, o cristianismo era divulgado pela vida e pelo modo de viver do povo cristão. Ah, se isso voltasse a acontecer! Você está divulgando o cristianismo? Fala-se da sua fé? Comentam-na em sua casa? Falam dela em seu escritório? Falam dela no trabalho, na fábrica, onde quer que você esteja? Falam de sua fé? Sua fé leva ao regozijo? Leva a questionamentos? Há perguntas? Está levando alguém a procurar descobrir o que ela é e como pode ser obtida? Oxalá conheçamos e experimentemos a graça, bem como a paz de Deus nosso Pai e do SEnhor Jesus Cristo, em tal medida que se venha a falar da nossa fé no mundo inteiro, e com isso Deus seja glorificado e muitos sejam levados a Ele!
Lloyd-Jones

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

.: Beatriz Milhazes (Exposição) :.



São Paulo recebe a primeira exposição da carioca Beatriz Milhazes no Brasil, com obras produzidas entre 1989 e 2007. O colorido de seus trabalhos toma inclusive as janelas do quarto andar da Pinacoteca.


De 06/09 a 30/11.
Terça a domingo
Horário: 10h às 18h.
Pinacoteca do Estado.
Praça da Luz, 2 .
Fone 11 3324.1000.
www.pinacoteca.org.br.
Valor:R$2,00 a R$4,00.
Grátis aos sábados.










Obs.: Ai galera, de boa, vale muito a pena ver. Essa mulher arregassa.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

- Quer um amigo?... Cativa-me!... -



E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia! - disse a raposa.
- Bom dia! - respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste!
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços".
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste. Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me, disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. mas cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? - perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não te queria fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! - disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

- Extraído do livro: O Pequeno Príncipe,
de Antoine de saint-Exupéry -